segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sítio Ficha Limpa

O marketing político na internet vem crescendo a galope nas últimas eleições, ainda que sejam estratégias incipientes e ainda estejamos nas vésperas da primeira eleição (2010) em que seu uso para este fim é regulamentado. Os candidatos, em sua imensa maioria, mantém no mínimo um blog onde apresentam suas propostas para o mandato, divulgam a agenda da campanha e expõem suas idéias. Paralelo a esse movimento político de uso da rede, cresce também o número de ONGs que fazem campanhas de mobilização e conscientização política através de sites e listas de email. Um grande exemplo de mobilização na rede foi o recolhimento de 1,3 milhão de assinaturas por todo o país para enviar ao Congresso Nacional o projeto de lei Ficha Limpa, por iniciativa porpular. Apesar de noticiado pela mídia convencional (rádio, Tv, jornal), o projeto de lei foi alavancado e difundido através da internet, e sua mobilização foi tão intensa que foi aprovado por unanimidade dos votos nas duas casas do Congresso, sendo rapidamente sancionado e tendo entrado em vigor já nestas eleições.
 
Já está na rede um site com o mesmo nome da lei, Sítio Ficha Limpa, que foi criado por duas entidades, a Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade (ABRACCI) e a Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), com o intuito de cadastrar candidatos "limpos", que não tenham renunciado para evitar cassação ou aqueles que nunca tiveram seus mandatos cassados. O site também requer um termo de compromisso assinado pelo candidato que "disponibiliza endereço eletrônico para acesso público com prestação de contas disponibilizada semanalmente a partir da data de cadastro do candidato, informando sobre os doadores, valores recebidos e gastos realizados". Até agora só 69 candidatos no país inteiro estão cadastrados, e a maioria deles utiliza a titulação "ficha limpa" dada pelo sítio em seus blogs, sites e newsletters como forma de promoção da campanha. E esse não é o único site com o objetivo de expor a vida pregressa do candidato, há outros e a tendência é a expansão desse tipo de campanha. Ou seja, o marketing político vai penetrando os meios digitais não só por serem um espaço inovador, barato e abrangente, mas porque é justamente na internet onde está a tendência para as grandes campanhas e mobilizações, e os marketeiros não deixarão de utilizá-lo, afinal, vivemos em democracia.

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