terça-feira, 30 de novembro de 2010

O poder dos homens sobre as máquinas


As estratégias de marketing político digital mostram o homem como protagonista diante as novas tecnologias, não o contrário.


Olhando para trás e lembrado tudo o que foi estudado, criticado e debatido na disciplina Comunicação e Tecnologia acho que podemos chegar à uma breve conclusão: Mesmo com o avanço das novas tecnologias e a propagação de discursos saudosistas que afirmam o apoderamento das máquinas sobre o ser-humano, o homem continua tendo posição de destaque em meio a essa avalanche de novas máquinas.

O que deve ser analisado aqui é que as novas tecnologias se configuram como uma extensão do homem, homem este que se aproveita dos benefícios que elas podem lhe proporcionar, pode ser refém dos malefícios que elas geram, mas que estará sempre centralizando as discussões destes ofícios.

Retomando os rumos deste blog, vemos como o homem, sempre em posição de destaque em relação as suas invenções, tem se apoderado de ferramentas da web para fazer marketing político. Depois de uma efervescência de análises do período eleitoral cabe aqui vermos um grande personagem que se destacou na campanha presidencial ao fazer uma propaganda pró Dilma, primeira mulher eleita presidente do Brasil.

O vídeo do estudante goiano Paulo Reis, o “DilmaBoy”, foi o vídeo de humor mais compartilhado do mundo nas redes sociais Facebook e Twitter, de acordo com o site Zocial.tv, que classifica filmes da internet de acordo com a quantidade de citações nos sites. No ranking geral, que considera todas as categorias de vídeo, ele aparece na quinta posição.




Após estourar na web saltando em poucos dias para mais de 58 mil visualizações, o vídeo do estudante, que ficou conhecido pelo apelido de “DilmaBoy”, foi propagado até mesmo pela campanha oficial de Dilma Rousseff (PT). O deputado federal José Genoíno e a presidente eleita elogiaram o filme no Twitter.

No vídeo, Reis, que já declarou não ter qualquer filiação política, compara Dilma a Evita Perón em uma paródia da música Telephone de Lady Gaga. “Sorry, Serra, mas essa você vai perder. Ela não é o cara, mas é amiga do homem. Você não é o cara nem amigo do homem”, canta o DilmaBoy. O sucesso foi tanto que o estudante mudou seu perfil no Twitter para @dilmaboyoficial.

Fonte:http://www.jobajob.com.br/2010/07/17/dilmaboy%c2%b4-e-o-video-de-humor-mais-compartilhado-do-mundo/

Internet fica à frente de rádio e jornal como fonte de informação sobre o primeiro turno, segundo TSE

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou nesta segunda (29/11) o resultado de uma pesquisa que visava informar ao público quais as fontes de informações mais requisitadas pelos eleitores no primeiro turno das eleições. Tal resultado foi um pouco surpreendente, pois a internet apareceu na terceira posição dentre as fontes de informação sobre as eleições no primeiro turno, ficando atrás apenas da TV e das conversas com amigos e parentes. A internet conseguiu superar, nesta pesquisa, o rádio e o jornal, meios de comunicação mais tradicionais que a internet.
Segundo os números do TSE, a TV foi a escolha de 56,6% dos entrevistados como fonte de informação nas eleições, as conversas com amigos e familiares ficaram com 18,4%, a internet veio em seguida com 9,9%, superando o jornal impresso, que foi apontado por 6,4% dos entrevistados, e o rádio, que ficou com o percentual de 4,2%.
Em outra pesquisa, entretanto, realizada buscando as fontes de informação no segundo turno, a internet aparece como a escolha de apenas 1,7% dos entrevistados, aparecendo na sétima posição. Para esta pesquisa, os debates entre os candidatos aparecem em primeiro lugar, com 18,8% da escolha dos entrevistados e os programas dos candidatos na TV aparecem em segundo com 15,5%.
Esta pesquisa demonstra a importância que a internet teve nas eleições no primeiro turno. Algumas semanas depois de os marketeiros de Dilma e Marina afirmarem que a internet foi decisiva para levar as eleições para o segundo turno, o TSE divulga uma pesquisa que mostra a internet como terceira principal fonte de informação nas eleições, durante o primeiro turno. Em relação a esta pesquisa, é importante observar que a internet ficou à frente de meios muito tradicionais, como o rádio e o jornal impresso. As eleições de 2010 evidenciaram o crescimento da internet como uma nova mídia a ser explorada como meio de os candidatos conquistarem seus eleitores.
O portal IDG Now publicou uma matéria sobre este tema.

domingo, 28 de novembro de 2010

Presidente Lula encontra-se com blogueiros

Em entrevista a blogueiros,nesta semana. o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ataques à 'mídia antiga' e, ao mesmo tempo, exaltou a liberdade de imprensa. 'Com todos os defeitos, eu sou o resultado da liberdade de imprensa deste País', afirmou. 'Eles pensam que o povo é massa de manobra como era no passado, eles se enganam. O povo está mais inteligente, mais sabido.'

O presidente pretende utilizar o espaço na rede mundial de computadores para debater questões que ainda afligem as políticas interna e externa brasileiras.

Durante mais de duas horas de entrevista, que envolveu 11 blogueiros (10 estavam presentes no Palácio, uma online pela webcam) e as pessoas que acompanhavam pelo twitter, Lula conversou sobre eleições, justiça, imprensa, banda larga e projetos de governo, entre outros. A entrevista, transmitida ao vivo pelo twitcam, teve um pico de mais de 7 mil acessos simultâneos, e o tema #Lulablogs foi o mais comentado do Twitter em escala mundial por boa parte do dia.

Dentre os blogueiros convidados estavam Renato Rovai, articulador do encontro, José Augusto Duarte, do Blog Os Amigos do Presidente Lula, Rodrigo Vianna, do Blog Escrevinhador, entre outros.

Abaixo, alguns dos pontos discutidos na reunião e que foram citados no Estadão online.

INFORMAÇÃO

'Vocês sabem que eu parei de ver revista, parei de ver jornal. A raiva deles é que eu não os leio. Então, pelo fato de não os ler, eu não fico nervoso. Mas podem ficar certos de que eu trabalho com muita informação, mas não preciso ler muitas coisas que eles escrevem.'

LIBERDADE DE IMPRENSA

'Com todos os defeitos, eu sou o resultado da liberdade de imprensa neste País. Quem tem que julgá-los não sou eu, não vou ficar xingando. O que eles se enganam é que eles pensam que o povo é massa de manobra, como era no passado, que eles podem derrotar um candidato, tirar candidato, pôr candidato, eles se enganam. O povo está mais inteligente, está mais sabido, e eles agora têm que lidar com uma coisa chamada internet que eles não sabiam como lidar.'

CONTROLE DA MÍDIA

'Acho que é diferente ser dono de banco e ser dono de um meio de comunicação. Nós precisamos ter claro: um trabalha com o bolso e o outro trabalha com a cabeça das pessoas. Então, eu acho que nós temos que ter um certo controle da participação de estrangeiros, sim. A gente não pode abrir mão do controle, essa é a minha tese.'

FUTURO MULTIMÍDIA

'Pode ficar certo que eu serei tuiteiro, que eu serei blogueiro, que eu serei... vou ser um monte de coisas que não fui até agora.'

terça-feira, 16 de novembro de 2010

“Sem internet não haveria segundo turno”


O título deste post é uma afirmação que pode, inicialmente, causar estranhamento. Seria a internet capaz de levar as eleições para o segundo turno? Pois esta frase é uma afirmação de Caio Tulio Costa, estrategista da campanha de Marina Silva nas redes sociais. Tal afirmação foi feita em uma matéria publicada pelo portal Comunique-se, que abordou este tema.

Nesta matéria, Caio Túlio Costa e Marcelo Branco, este último coordenador da campanha de Dilma Rousseff, afirmam que mobilização de Marina na web teve um papel fundamental para que as eleições chegassem ao segundo turno, já que a candidata do Partido Verde conseguiu arrancar alguns decisivos votos de petistas e tucanos. A atuação de Marina nas redes sociais foi um fator fundamental para atrair eleitores ao seu favor, tirando, desta forma, votos dos demais candidatos e, consequentemente, levando as eleições para o segundo turno.

Na matéria destacada, ambos os coordenadores falam sobre o quanto a internet foi importante para as eleições. O coordenador da campanha de Dilma Rousseff, Marcelo Branco, foi ainda mais enfático em relação ao papel da internet nas eleições: “A internet foi fundamental para o segundo turno, mas antes a grande mídia dizia que a internet não tinha servido de nada nas eleições”. Caio Túlio Costa reforça esta afirmação, explicando que a campanha de Marina na Web trabalhou muito com as redes sociais, conseguindo arrecadar R$ 171 mil, doadas por 2.899 pessoas, além de obter mais buscas no Google em relação ao candidato José Serra e à Presidente eleita Dilma Rousseff.

A internet pode realmente ter decidido a eleição, no que diz respeito ao segundo turno. Mas não podemos esquecer os fatos negativos da internet: veiculação de informações duvidosas dos candidatos pelas redes sociais, tendo como grande exemplo os e-mails de caráter religioso contra a candidata petista; e o outro fato que merece destaque é a baixa arrecadação financeira obtida pelos candidatos, quando estes esperavam que a internet favorecesse uma grande arrecadação para a campanha política. Por outro lado, tem-se que levar em consideração este fato trazido pelos profissionais do marketing da campanha de Dilma Rousseff e Marina Silva. A forte atuação da Candidata da Partido Verde na internet foi fundamental para atrair uma quantidade de eleitores surpreendente, já que o tempo para propaganda gratuita nos meios tradicionais de comunicação era pequeno em relação à candidata eleita do PT e ao candidato derrotado do PSDB. A internet foi, desta forma, um meio alternativo na campanha eleitoral de 2010, mas no marketing de Marina Silva a internet teve um papel mais importante em relação aos demais candidatos e conseguiu atrair um público surpreendente, principalmente os jovens. Dizer que a internet foi decisiva para as eleições talvez seja um pouco exagerado, mas não reconhecer sua importância seria absurdo. Os fatos estão aí, veremos nas próximas eleições se os erros serão aprimorados e a internet será melhor utilizada.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Twitter no segundo turno



O Jornal A Tarde publicou, na última segunda-feira (01 de novembro), uma matéria destacando a utilização massiva do Twitter pelos militantes de Dilma e Serra durante a votação e a apuração do segundo turno das eleições presidenciais. A matéria, intitulada “Militância digital na web”, deu ênfase à menor participação dos militantes no Twitter durante o segundo turno em relação ao primeiro, sendo isto conseqüência da grande abstenção no turno decisivo. No primeiro turno a maioria dos Trending Topics (TTs) referiam-se às eleições, enquanto no segundo turno, apenas as hashtags #13neles, #dilmaday e #euquero45 entraram no ranking. Durante a votação, os tópicos referentes à candidata petista ocuparam os primeiros lugares, enquanto o relacionado ao tucano Serra oscilou entre o terceiro e quarto lugar. Após a votação, quando grande parte das urnas haviam sido apuradas, o Twitter foi dominado pelos eleitores petistas, que comemoravam a vitória de Dilma e faziam piada com o nome do candidato José Serra.

A matéria publicada pelo Jornal A Tarde mostrou, não apenas a importância do Twitter nas eleições, mas principalmente o fato de a internet ter sido utilizada como meio alternativo de alcançar mais eleitores. Canais no Youtube, contas em redes sociais como Orkut, Facebook, Flickr, e o próprio Twitter foram armas utilizadas pelos candidatos para atingir a cada vez mais eleitores. Dentre estas redes sociais, o Twitter foi certamente aquela que teve maior destaque durante o período eleitoral, sendo muito explorada pelos candidatos e pelos militantes dos partidos, que movimentaram esta massiva rede social com assuntos relacionados às eleições. Durante o segundo turno o Twitter virou um palco de grandes duelos para que as hashtags relacionadas aos candidatos aparecessem nos Trending Topics.

O fato é que, apesar de não ter alcançado o resultado esperado durante as eleições, a internet apareceu como uma nova opção para o marketing político. Youtube, Facebook, Orkut e principalmente o Twitter foram bastante utilizadas pelos candidatos e mostraram a internet agora como um meio alternativo de propaganda política. Um meio que certamente poderá ser expandido nas próximas eleições.

domingo, 31 de outubro de 2010

Crackers invadem sites oficiais de presidenciáveis

Há um tempo venho querendo escrever um post sobre os ataques feitos por crackers aos sites oficiais dos candidatos à presidência Dilma Rousseff e José Serra , mas como pouca coisa relacionada ao assunto tinha sido divulgada na internet até então, optei por esperar um pouco mais para poder conflitar as diversas informações.

Em primeiro lugar, é necessário falar que a minha espera não ajudou em muita coisa. A maioria das matérias publicadas na internet diziam a mesma coisa - aquele texto tipo release - e nada trazia de novo, de opinativo. Isso me fez lembrar da aula "Tecnologias aplicadas ao Jornalismo" ministrada por Fernando Firmino, professor da Universidade Estadual da Paraíba e pesquisador de Jornalismo Online, na disciplina COM104. Ele dizia que o papel do jornalismo deve ser questionado hoje em dia; o caráter informativo e factual não basta mais, pois a nova demanda da sociedade complexa em que vivemos é a circulação de matérias opinativas e interpretativas que possam contextualizar a notícia e dar ao leitor pistas para que ele perceba a relevância, a atualiadade e a confiabilidade daquela informação. Infelizmente, não são casos como esse que costumamos ver na rede...

Durante a apuração de votos, na noite do Domingo do segundo turno (31 de Outubro), o site oficial do candidato José Serra (PSDB) voltou a ser alvo de ataques virtuais.


Em vez das mensagens pró-Serra e anti-Dilma de praxe, o site Serra 45 apareceu com a foto de Mr. Burns, o velhinho impiedoso de "Os Simpsons", personagem ao qual o candidato era frequentemente associado.

O mais curioso, contudo, era fotomontagem com o presidente Lula e o governador reeleito do Rio, Sérgio Cabral.A imagem mostra o presidente Lula com uma arma apontada para a boca do governador e emitindo a seguinte frase "Abra a boca e diga Dilma". Apesar de ser aliado da chapa dilmista, Cabral aparecia como alguém que recebia "goela abaixo" a nova ocupante do Planalto e, por isso, a referência mostrada na fotomontagem.

Por volta das 20h, o site havia voltado ao normal, mas o acesso continuava instável.

Algo parecido já havia ocorrido com o site oficial do PT, em abril. Na página principal do site, colocaram uma foto de José Serra, na época pré-candidato do PSDB à presidência, com as frases "O Brasil pode mais" e "PSDB Hackers". A primeira frase foi também o slogan e o nome da coligação do partido durante a campanha presidencial. Além disso, os internautas que acessassem o site através de outros navegadores que não o Internet Explorer, eram direcionado à página do site tucano. Segundo o deputado André Vargas (PT-PR), secretário de comunicação do PT, mesmo não tendo sido o PSDB, é óbvio que foi um simpatizante da causa do partido e, segundo ele, essa postura foi estimulada "por um tom virulento de campanha".

Toda essa discussão me leva a pensar novamente no que foi dito aqui no post "Um segundo turno de segunda categoria" e também me faz lembrar das discussões feitas em sala acerca da improbabilidade de comunicação. Na disputa política, vemos e ouvimos discursos e promessas que revelam a complexidade do mundo altamente codificado no qual vivemos. E se pensamos que a criação de novos códigos nos levam necessariamente a uma melhor compreensão do que é a comunicação e de qual é o nosso lugar no mundo, é chegada a hora de ponderarmos essa posição cômoda e começarmos a pensar que comunicar é realmente improvável. Muitas vezes, e isso fica evidente na disputa política, não estamos dispostos a entrar na orquestra, a ouvir o outro e poder questionar aquilo que ele diz; estamos muito mais preocupados em simplesmente impor nossas opiniões aos outros.


sábado, 30 de outubro de 2010

Um segundo turno de segunda categoria

Durante o segundo turno das eleições presidenciais, muito se ouviu e se viu na internet sobre os candidatos José Serra e Dilma Rousseff. E no grosso de todo o material que foi veiculado durante este quase um mês de campanha, o que mais chamou a atenção de muitos dos internautas foi a quantidade de calúnias e difamações entre os dois candidatos através, principalmente, das correntes de e-mail. Essa correntes, que funcionam como spams, trouxeram muitas informações maniqueístas e falsas.
A maioria dos e-mails que recebi, por exemplo, eram pró-Serra e sempre ratificavam a idéia de que a candidata Dilma Rousseff é inexperiente e ditadora (fazendo, inclusive, uma comparação imagética esdrúxula com o presidente cubano, Fidel Castro).


E, como em toda boa corrente (supondo que essa expressão não chega a formar um oxímoro), sempre vinha a bula com as indicações de leitura iniciais: "Se você é patriota mesmo, leia o e-mail até o fim".

Considero ser lamentável que em pleno debate político estejamos vendo factóides tomarem tempo e conta das questões sérias e estruturais que o país enfrenta. Por isso e porque achei duas entrevistas com os coordenadores das campanhas de ambos os candidatos na web - Marcelo Branco, assessor de Dilma, e Soninha Francine, assessora de Serra - a BBC Brasil, nas quais eles falavam justamente sobre baixarias e contracampanha na internet, que fiz esse pequeno comentário e que sugiro a vocês que leiam as duas entrevistas na íntegra: aqui e aqui.